Muitas foram as vezes as quais me fizeram aquela pergunta: "Qual a última coisa que você faz antes de dormir?". Sempre respondo, em tom de brincadeira: "Boto a cabeça no travesseiro.". Acontece que eu não sei qual é a última coisa que eu faço. Isso depende do meu dia. Da minha semana. Do meu ano. Parece que, ao me deitar e apagar as luzes, os pensamentos saem. São como morcegos. O apagar da claridade os faz sair - em massa, posso afirmar - e estes começam a me atormentar. São pensamentos de coisas que ocorreram à mim ou à alguém próximo; São cenas ensaiadas - e raramente realizadas; São soluções para problemas - meus ou de outros.
Quando meu cérebro começa a trabalhar nessa escuridão, tenho certeza de que não dormirei nada menos do que uma hora depois. Salvo raras ocasiões de quando estou realmente exausto - deitando-me e apagando, então. Esse meu órgão funciona de uma maneira... peculiar. Com um assunto consigo emendar muitos outros, por mais que não tenham nada a ver.
Geralmente começo pensando no meu dia, no que me ocorreu. Se não, penso em algum acontecimento anterior ao meu deitar. Daí, então, passo a pensar em coisas que se ramificam deste pensamento inicial. Se acabo pensando em uma palavra que me lembre algo mais, logo mudo de assunto. Cinco minutos depois já não sei mais no que pensava antes e logo já me vem outro assunto. É basicamente uma conversa entre duas pessoas - eu e meu cérebro - que, às vezes, entram em conflitos de ideias. Sim, eu conflito com meu próprio eu. Um exemplo? Aquele momento em que eu sei a verdade - o meu cérebro, ao menos - mas não aceito e crio a minha vontade - o "eu" propriamente dito.
Aos que me veêm dormindo: Já sabem porquê tanto sono. Meu cérebro é uma máquina de pensamentos.
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