Minha faculdade está me matando. No último ano, vivemos uma pandemia que ninguém nascido a partir dos anos 80 pensaria viver. Um vírus que nos prendeu dentro de casa por, agora, quase um ano. A Universidade, que agora está completamente online (ao menos nas minhas matérias), está correndo atrás do tempo perdido e encurtando os períodos e as férias. Tive um semestre inteiro em três meses, quinze dias de férias. Em meio às festas de fim de ano, um novo semestre já estava em curso - com a mesma duração do anterior. A carga de trabalhos é enorme, me resta pouco tempo pra fazer qualquer coisa. Mas, de qualquer jeito, me sinto feliz.
A primeira parte desse texto tem quase 10 anos - dez anos de namoros e términos, encontros e desencontros, alegrias e tristezas, vitórias e derrotas. Eu passei por tanta coisa que nem fui capaz de guardar tudo na memória. Só hoje, lendo tweets atrás de tweets de até 11 anos atrás, foi que pude reviver uma série desses momentos. Momentos felizes, em que eu brincava com minhas amigas e planejava viagens para São Paulo e Curitiba. Momentos tristes, em que eu tentava carregar um relacionamento nas costas enquanto andava sobre uma corda bamba, torcendo para não perder minhas amizades - ou pelo menos não fazer mal para elas. Eu aprendi tanto que nem sei por onde começar. Talvez uma carta para o escritor da primeira parte?
Parabéns. A gente passou por aquilo tudo. Nós graduamos do ensino médio - mesmo que com um pouco de ajuda. Entramos pra faculdade, pro curso que sonhávamos desde a quarta série. A gente não podia IMAGINAR o que viria a seguir. Se 2012 foi difícil, os anos seguintes só complicariam as coisas. Você se importou tanto com o bem-estar dos outros mas não sabia que um pilar rachado não segura construção alguma. A nossa hora chegou e nós ruímos. Precisamos de ajuda e foi graças à nossa mãe e toda sua insistência que conseguimos nos medicar, encontrar nosso caminho de volta e tentar mais uma vez. Amamos as pessoas erradas, talvez. Ou, pelo menos, no momento errado da vida delas. Eu lembro que você tinha medo de morrer sem um amor ao seu lado. Relaxa - nós temos muita gente nos amando. Muita gente que, sim, conta conosco. Ainda ajudamos aquele que amamos, mas agora sabemos nossos limites. Obrigado por ter sido forte o suficiente pra passar por tudo.
- Você, 26 anos.
A parte I foi escrita com muita dor, com muito sentimento. Agora, escrevo com muita alegria e com a sensação de que fiz o que era certo. Estou orgulhoso do que me tornei e tenho certeza que, daqui 10 anos, serei uma outra pessoa - literalmente. Talvez, um dia, eu traga a próxima parte desta história...
